Se fosse há alguns anos,
ele imaginaria ter resposta pra tudo. Mas hoje, com tantos problemas e
aflições, descobriu que as coisas nem sempre ocorreram da maneira que desejara.
Tenta, em vão, voltar no tempo, reconstruir seu passado, corrigir os erros. Olho para o rosto desse rapaz através do
espelho. Parece que o conheço, me parece familiar. Seria bom descobrir as historias através de seus olhos, cansados e
marejados, mas que também sabe embalar como despedidas ou cantigas de ninar. Mas
não encontro forma de ajudar. E Ele parececometer novamente os mesmos erros. Sem saber a que lugar pertence, sem saber o caminho de casa. Na
verdade, não sei se ele deseja mesmo voltar para casa. Foge das mentiras, foge
daqueles que o fizeram chorar por dentro. Não encontro em meus pensamentos
palavras certas de conforto ou frases prontas para tirar-lhe o medo e mostrar
que, um dia, toda solidão irá desaparecer.
Ele já não é mais um garotinho.
Precisa aprender a enfrentar o mundo por
suas próprias pernas, como um homem de verdade. Vê o sol surgindo pela janela,
fitando-o. E ele sonha sobre o que poderia acontecer ao seguir o caminho do
sol. Embora jovem, já teve grandes experiências. Não fecha os olhos para o passado, e em
orações melancólicas, ainda é capaz de vislumbrar seu futuro.
(Danillo Barros)
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