quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Eu Luto Pelo HUAP!

Hoje pela manhã acordei e resolvi escrever, não que estivesse com tempo sobrando, mas porque estava indignado com a falta de foco das matérias publicadas na mídia sobre a manifestação dos estudantes da UFF (grupo do qual faço parte), reivindicando melhores condições para o Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), hospital-escola da Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Por que devemos lutar por um serviço público de qualidade? Como me disseram, em resposta àqueles quem pagam seus Planos de Saúde (mais os impostos ao governo) e reclamam da mobilização: "pagar duas vezes e não cobrar pelo serviço se chama imbecilidade". Segue abaixo o meu texto:

Manifestação em frente ao HUAP, dia13/12.
Parte da população não apoiou a manifestação dos estudantes da UFF pelas melhorias no serviço do Hospital Universitário, alegando que era uma grande baderna, que criamos caos no trânsito (nós, ou a cidade que não tem infra-estrutura?) e que só pensamos no nosso emprego público, além do fato da maioria da população já ter plano de saúde e não necesitar do HUAP. Esses comentários são dolorosos, pois tudo que queremos é que nosso hospital tenha condições de atender bem a população; não é nosso emprego que está em jogo, mas sim na saúde da cidade. Talvez a maioria das pessoas no mundinho "zona sul" tenha plano de saúde sim, mas quem fala isso não tem a menor noção da realidade de uma cidade grande, da quantidade de gente sem condições de pagar pela saúde. Ontem eu estava atendendo no ambulatório, e pude ver  a frustração nos olhos de um paciente, que estava na FILA PARA CIRURGIA PELO SUS HÁ TRÊS ANOS, ao ouvir do médico "não podemos marcar novas cirurgias". Isso é REVOLTANTE!!! Não posso esperar nada do diretor do HUAP, nem do Magnífico(?) Reitor da UFF, nem do prefeito de Niterói... e mais triste ainda é não poder contar com o apoio da população, que deveria ser a principal interessada, e nem com a ajuda da mídia, que se interessa mais pelo trânsito do que pela Saúde Pública... Deixo aqui meus sentimentos de indignação e tristeza, mas também a esperança de que as coisas possam melhorar. Há cinco anos, quando entrei, com muito orgulho, na Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, via o HUAP como um lugar onde eu iria ter as mais incríveis experiências médicas, e me orgulhava de ter um Serviço de Emergência funcionando bem. De lá pra cá, as coisas só foram piorando... E, por isso, EU LUTO PELO HUAP, meu hospital, que sei que não é perfeito, mas é muito querido por mim e por todos os estudantes da UFF que se utilizam dele no caminho para se tornarem os profissionais de qualidade que anseiam ser! Força, pessoal, não vamos desistir! Nossa voz terá que ser ouvida! Paz e bem.

(Danillo Barros)

sábado, 22 de outubro de 2011

Presença

Sua ausência é a presença
Que se apresenta sob dor
Pesar, melancolia, esperança
No vazio que você deixou.

No lugar a que você era dedicado
Agora está sua ausência
Que se faz presente, tão firme.
E, de tão firme
Me faz pensar:
“O vazio é lenda,
Já que, afinal, é a presença
Da saudade que aqui ficou”.

(Danillo Barros)

domingo, 10 de abril de 2011

Fim


Confesso, me senti um pouco desnorteado. Foi um longo verão sozinho, pode ter certeza. Às vezes é difícil esquecer de tudo por completo, como se nada daquilo tivesse realmente existido. Tantas experiências, tantos fatos, tantos sentimentos...
Se agora ouço uma batida na porta, é apenas o vento. Se recebo alguma carta, apenas mais uma conta. Se o telefone toca, é engano.
E será que eu mereço? Alguém neste mundo merece a dor por amar? Sei que vai doer até cicatrizar por completo, mas o tempo faz milagres, como dizem. Percebo que, afinal, não sabia de tudo. Como vejo agora, esse fim foi importante para um processo de amadurecimento, de ambas as partes, acredito. É errando que se aprende, e é caindo que se levanta. Mas ninguém errou, necessariamente. Foi a vida que nos levou a caminhos diferentes, quando parecia que nossas estradas estavam se juntando para nos levar ao mesmo destino.
E agora que não somos mais "um", o que eu preciso é deixar você ir, da minha alma, meu coração... Ou que, no máximo, fique por lá, mas num lugar de difícil acesso para meu consciente alcançar. E é assim que tem que ser, eu sei. E independente de quão difícil for, estou certo de que ficaremos bem.

(Danillo Barros)