domingo, 9 de setembro de 2012

Da verdade

Tantos passam a vida toda
Na busca do amor de verdade.
Podem fingir que não, mas no fundo, é a realidade.
Ninguém quer morrer sozinho; ninguém quer morrer sem amar.
E então procuram, nos mais diversos lugares
Nas mais diversas pessoas
Nas mais diversas vontades
E se enganam
E se iludem
E caem
Levantam
E voltam a cair
Como numa ciranda que sempre parece estar próxima do fim
Mas que na verdade está voltando ao seu inicio
Que inicio?
Mas enquanto muitos gastam toda a vida na busca do amar
Outros tantos não querem dispor do tempo para se construir o amor
O querem enlatado, formatado, pronto pra uso
Amor fast-food.
Relação, traição, afeição, desilusão, solidão
Se misturam
Nessa dança, de todos os ritmos
Onde pensa-se mais em si do que no amor
Mas o que é o amor
O amor é pra ser seu
Ou ser para outra pessoa?
E então, o que será que aconteceu
Aos amantes dos portões
Das serestas
Do fitar com o olhar
De dizer tudo sem dizer uma só palavra
Do abraço que transmite toda a segurança
Do afago que engrandece a alma?
Abraça-se a vaidade
Quem, de fato, é que sabe amar?
Como se o amor estivesse lá
No fim
Da estrada sem fim
Inatingível
Aquela luz no fim do túnel
Que parece nunca chegar
Não temos culpa
Ou vontades
Talvez a desculpa
Seja a pouca idade
Ou, quem sabe, a necessidade
De mostrar à sociedade
O valor do que não tem
Valor de verdade.

(Danillo Barros)