domingo, 26 de agosto de 2012

Desabafo


26 de agosto de 2012. Hoje, faltando menos de três meses para receber meu diploma, é quando finalmente percebo: não fui eu quem escolheu a Medicina. Deus foi quem me escolheu para ser Médico. E eu, sinceramente, não entendo o porquê. De verdade, penso que seria melhor em muitas outras atividades. Mas agora, entendi que Ele quis me conduzir por esse caminho, e já vinha moldando meus passos desde que ainda era criança. Pensava que poderia ser desejo do meu pai, da minha mãe, e meu, é claro. Mas tudo parece mais claro agora. Não conseguiria, eu próprio, tirar de mim força para enfrentar tantos obstáculos, ao longo de todos esses anos de preparação para obter meu diploma – muitos anos, pois não foram apenas os seis da faculdade, mas desde o Ensino Médio e o cursinho pré vestibular, quantas não foram as horas despendidas para o estudo, tanto estresse, tanta cobrança, tantas abdicações...

Contudo, se assim Ele quis, sinto-me mais reconfortado, pois tenho plena confiança no meu sucesso, sabendo quem verdadeiramente me guia. Choro, não de tristeza, mas de extrema felicidade. Não me julgo competente o suficiente para tamanha honra. Entretanto, me recordo do Salmo 23, me dizendo “O Senhor é meu pastor, e nada me falta. Em verdes campos me faz repousar, conduz-me até as fontes tranqüilas e reanima minha vida. Ainda que eu ande pelo vale das trevas, não temo mal algum, porque estás comigo.”. Que assim seja!

Sei que está parecendo discurso de formatura (que está muito, muito perto!!), mas a necessidade de escrever e compartilhar meus pensamentos é maior que o cansaço. Agradeço a todos que tem se preocupado comigo, contribuindo com energias positivas. E obrigado por terem tido paciência de ler este desabafo!

sábado, 18 de agosto de 2012

Em Pedaços

Se fosse há alguns anos, ele imaginaria ter resposta pra tudo. Mas hoje, com tantos problemas e aflições, descobriu que as coisas nem sempre ocorreram da maneira que desejara. Tenta, em vão, voltar no tempo, reconstruir seu passado, corrigir os erros. Olho para o rosto desse rapaz através do espelho. Parece que o conheço, me parece familiar.  Seria bom descobrir as historias através de seus olhos, cansados e marejados, mas que também sabe embalar como despedidas ou cantigas de ninar. Mas não encontro forma de ajudar. E Ele parececometer novamente os mesmos erros. Sem saber a que lugar pertence, sem saber o caminho de casa. Na verdade, não sei se ele deseja mesmo voltar para casa. Foge das mentiras, foge daqueles que o fizeram chorar por dentro. Não encontro em meus pensamentos palavras certas de conforto ou frases prontas para tirar-lhe o medo e mostrar que, um dia, toda solidão irá desaparecer.

Ele já não é mais um garotinho. Precisa aprender a enfrentar o mundo por suas próprias pernas, como um homem de verdade. Vê o sol surgindo pela janela, fitando-o. E ele sonha sobre o que poderia acontecer ao seguir o caminho do sol.  Embora jovem, já teve grandes experiências. Não fecha os olhos para o passado, e em orações melancólicas, ainda é capaz  de  vislumbrar seu futuro.

(Danillo Barros)