sexta-feira, 26 de março de 2010

Tempo

Já passa da hora de me deitar, as obrigações da faculdade consomem meu tempo, e eu estou aqui com os livros abertos sobre a escrivaninha. O tempo voa, e voa rápido. Penso até quando ele vai voar com tamanha ligeireza, sem me permitir refestelar numa poltrona qualquer, tomando uma cervejinha e observando com calma o nada passar. Que inveja daqueles senhores e senhoras dos filmes antigos, proseando na varanda, conversando com os amigos, flertando com olhares por sobre os muros... Era tudo muito romântico. Hoje não somos nós quem controlamos o tempo, é ele quem nos controla. Parece que tudo virou de ponta-cabeça. Pensamos muito no futuro.. mas e o agora? De que vale todo meu esforço se eu morrer daqui a alguns anos, alguns meses, algumas semanas, amanhã? Que cumpramos nossas obrigações para podermos sobreviver, não vivamos para elas. Saibamos aproveitar nossos momentos; há tempo de colher e tempo de plantar. Quanto a mim, espero sempre conservar pelo menos um pouco desse romantismo sobre o tempo, sem pensar na efemeridade da vida como um problema, mas como uma oportunidade a mais para ser feliz.

Agora, com licença. Volto-me de novo aos livros... e tomo mais uma xícara de café.

(Danillo Barros)

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