domingo, 10 de abril de 2011

Fim


Confesso, me senti um pouco desnorteado. Foi um longo verão sozinho, pode ter certeza. Às vezes é difícil esquecer de tudo por completo, como se nada daquilo tivesse realmente existido. Tantas experiências, tantos fatos, tantos sentimentos...
Se agora ouço uma batida na porta, é apenas o vento. Se recebo alguma carta, apenas mais uma conta. Se o telefone toca, é engano.
E será que eu mereço? Alguém neste mundo merece a dor por amar? Sei que vai doer até cicatrizar por completo, mas o tempo faz milagres, como dizem. Percebo que, afinal, não sabia de tudo. Como vejo agora, esse fim foi importante para um processo de amadurecimento, de ambas as partes, acredito. É errando que se aprende, e é caindo que se levanta. Mas ninguém errou, necessariamente. Foi a vida que nos levou a caminhos diferentes, quando parecia que nossas estradas estavam se juntando para nos levar ao mesmo destino.
E agora que não somos mais "um", o que eu preciso é deixar você ir, da minha alma, meu coração... Ou que, no máximo, fique por lá, mas num lugar de difícil acesso para meu consciente alcançar. E é assim que tem que ser, eu sei. E independente de quão difícil for, estou certo de que ficaremos bem.

(Danillo Barros)